Diário nos Bairros

Bar e Armazém Quadros, no Passo D'Areia, vende de tudo: de esmalte a serrote

Silvana de Castro

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Quer comprar um esmalte? Faltou prego em casa? Está precisando de um penico? O Bar e Armazém Quadros tem esses itens e tudo mais que você possa imaginar. O estabelecimento comercial existente há cerca de 60 anos no Passo D’Areia é conhecido não só dos moradores do bairro, mas também de boa parte dos santa-marienses pegos desprevenidos com a falta de alguma mercadoria em casa após as 21h.

É que o armazém, além de ter de tudo, funciona em um horário bem diferente. Abre antes das 8h e fecha por volta da meia-noite. É conhecido por alguns como o bar da Maria Quadros, a senhora simpática de 93 anos que ainda o gerencia. Maria Mello de Quadros está sempre por lá, seja sentada na frente do minimercado, seja atendendo clientes e fornecedores. Mas ela não fica sozinha. A filha, Carmem Dinorá de Quadros, 62, e a funcionária Luciana Isabel de Moura, 36, estão ali para ajudar a cuidar dos negócios. Os filhos de Dinorá também dão uma mão.

– Às vezes, no final de semana, estou fazendo um conserto hidráulico em casa e vejo que falta uma peça. Venho aqui e compro. Acho que nunca aconteceu de eu não encontrar o que eu procurava – disse na quarta-feira o vigilante Itamar Gonçalves de Almeida, 51, que entrou no armazém atrás de papel de seda.

Frutas, pão, leite, chocolate, rapadura, refrigerante, brinquedos, material escolar, artigos religiosos, presentes, utensílios domésticos, sorvete, bicarbonato, torneira, chaves de tomadas, sifão para pia, toalha de rosto, meia-calça, pizza, azeite, tamanco, cadarço, chinelos, água sanitária, serrote, ração... A lista de itens é interminável.

– Comecei com secos e molhados. Agora é bar, armazém, fruteira... Tudo o que você procurar, aqui eu tenho. Menos dinheiro – brinca Maria.

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Quem tenta surpreender Dinorá, pedindo por mercadorias improváveis em um armazém, não tem sucesso. Para tudo, a resposta é “tenho”. Às vezes, Dinorá pede uns segundos para lembrar onde eles estão no pequeno espaço.

– Vem gente de Camobi, de São Pedro do Sul comprar aqui. Os clientes vêm muitas vezes tarde da noite pedir leite, fermento, suco – conta Dinorá.

A simpatia das três ajuda a manter a freguesia.
– A gente trata todo mundo com carinho, com honestidade. As pessoas não gostam de brutalidade. Por isso que sou comerciante há 70 anos e só vou para frente – justifica Maria.

De uma família de fazendeiros e empresários, Maria tornou-se comerciante quando casou, aos 20 anos. O marido, já falecido, era do ramo. Os dois tiveram sete filhos, mas Maria perdeu quatro. Natural de São José da Porteirinha, Dilermando de Aguiar, ela veio para Santa Maria para tratar da saúde de uma das crianças. A comerciante lembra-se da Rua Venâncio Aires, onde o armazém está localizado, ser de chão batido. Religiosa, Maria, que tem o Centro de Umbanda Ogum Guerreiro, já benzeu muita gente. Outro dom de Maria, além dos negócios, é ser mãe: ao longo da vida, criou 25 crianças que haviam sido abandonadas na porta da residência dela ou dadas pelas f"

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